Espero que ajude.
Beijos, abraços e recomendações
A tosse é o sintoma mais comum pelo qual as pessoas procuram atendimento médico. Tosse aguda é a principal manifestação de diferentes quadros respiratórios, entre eles a gripe e o resfriado comum, condições extremamente freqüentes. Já a tosse crônica, como queixa isolada, é responsável por 10% a 38% dos atendimentos. Em relação à sua duração a tosse é dividida em:
Aguda: menor que 3 semanasSubaguda: entre 3 e 8 semanas
Crônica: mais de 8 semanas
Esta classificação tem sua maior importância no fato de que quadros virais, que têm resolução espontânea, têm duração de até 3 semanas e, portanto, antes deste período, em geral, não se deve iniciar investigações mais complexas para a tosse.
A tosse é um importante mecanismo de limpeza das vias aéreas, sobretudo em decorrência de: grandes volumes de material inalado; grandes volumes de muco, ou por secreção excessiva ou por comprometimento do movimento ciliar (temos minúsculos cílios no trajeto do ar, que “seguram” microparticulas e aquecem o ar); presença de edema (inchaço) ou sangue nas vias aéreas; aspiração de corpo estranho.
Causas mais comuns
1) DRGE (doença do refluxo gastro-esofágico) , que caracteriza-se pelo retorno do conteúdo do estômago (que é extremamente ácido) para o esôfago e que pode “respingar” no trajeto respiratório, pode ser causa de tosse crônica ou, ainda, ser um fator agravante em pacientes que apresentam o reflexo de tosse exacerbado. Nestes dois casos, o tratamento da DRGE pode ser total ou parcialmente eficaz, respectivamente.
2) A síndrome do gotejamento pós-nasal caracteriza-se pela presença de secreção nasal e nas porções posteriores da faringe, o que determina a freqüente necessidade de limpar a garganta (“pigarrear”). Outros sintomas nasais também são comuns, como coriza anterior, espirros e obstrução nasal, visto que a rinite alérgica e a rinossinusites são causas comuns.
3) Medicamentos - Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), como o captopril e o enalapril, freqüentemente prescritos no tratamento da hipertensão arterial, da insuficiência cardíaca e da nefropatia diabética, podem causar tosse em 2,3% a 33% dos pacientes, constiutindo-se na principal causa de tosse por medicamentos (há outros medicamentos que podem causar tosse, mas são efeitos mais raros). A tosse pode surgir em algumas horas após o uso início da medicação ou até mesmo depois de semanas ou meses, melhorando após dias ou semanas após a sua suspensão.
4) Pós-infecção - Alguns pacientes, após infecção de vias aéreas, cujos sintomas deveriam durar entre 1 a 2 semanas, persistem com tosse por períodos prolongados. A tosse pós-infecciosa é a causa mais comum dos episódios sub-agudos, entre 25% e 50%, e podem corresponder a 11% a 25% dos casos de tosse crônica. Posteriormente, a própria tosse pode perpetuar a inflamação e a lesão epitelial, criando um círculo vicioso difícil de ser quebrado.
Tratamento
Como sempre em medicina, o tratamento da tosse, que é um sintoma, deve ser o da doença de base, que é a causa. Assim, quando o diagnóstico é possível, o tratamento adequado da causa da tosse habitualmente é eficaz; outras vezes, o tratamento empírico (aleatório) também melhora a tosse e, assim, confirma o diagnóstico. Entretanto, em algumas situações, não se consegue instituir o tratamento farmacológico preciso, ou por falta do diagnóstico etiológico ou porque o fator identificado é apenas o agravante da tosse e seu controle não resolve completamente o problema
Outro ponto importante em relação ao tratamento da tosse é saber a expectativa do paciente sobre a mesma. Muitas vezes, a grande preocupação do paciente é em relação à possibilidade da presença de uma doença grave. Afastar essa hipótese com segurança e informar o paciente sobre a benignidade de seu quadro pode ser suficiente para tranqüilizá-lo, enquanto se aguarda a resolução do problema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário